O próximo prefeito de São Paulo será decidido no segundo turno das eleições, marcado para 27 de outubro, entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), de acordo com a projeção do Datafolha. Com 96% das seções apuradas, Nunes registrou 29,5% dos votos, enquanto Boulos ficou com 29,0%. Em terceiro lugar, Pablo Marçal (PRTB) obteve 28,14% dos votos, ficando de fora da disputa final.
A corrida eleitoral foi acirrada desde o início. Pesquisas indicavam um empate técnico entre os três principais candidatos, e o desfecho ficou em aberto até o final da apuração. Nas semanas que antecederam a eleição, Marçal se destacou ao subir rapidamente nas intenções de voto, enquanto Nunes e Boulos mantinham suas posições no topo das pesquisas.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB) ficou em quarto lugar, com 9,9% dos votos, seguida pelo apresentador José Luiz Datena (PSDB), que conquistou 1,83%, e por Marina Helena (Novo), que obteve 1,39%.
A campanha eleitoral de 2024 em São Paulo foi marcada por ataques pessoais e embates acirrados. Pablo Marçal, que começou a corrida em quarto lugar, cresceu ao longo da campanha, apostando em estratégias agressivas nas redes sociais. Ele direcionou sua artilharia principalmente contra Guilherme Boulos, chegando a acusá-lo de ser usuário de cocaína. Para se defender, Boulos apresentou um exame toxicológico negativo no último debate antes da votação.
Outro episódio polêmico envolveu a deputada Tabata Amaral, que entrou com uma ação judicial contra Marçal, alegando abuso nas redes sociais. O Tribunal Eleitoral de São Paulo chegou a suspender temporariamente os perfis de Marçal em plataformas digitais. Além disso, Tabata trouxe à tona o histórico criminal de Marçal, associando-o a crimes organizados, embora sem provas.
Ricardo Nunes também foi alvo de ataques durante a campanha. Marçal tentou vinculá-lo a um episódio de violência doméstica registrado em 2011. Em resposta, Nunes negou as acusações e passou a aparecer em eventos ao lado de sua esposa para reafirmar sua posição.
Com a saída de Marçal da disputa, a expectativa é que Nunes e Boulos concentrem suas estratégias em conquistar o eleitorado do ex-coach. Ambos os candidatos devem reforçar suas alianças políticas. Boulos, que conta com o apoio do presidente Lula e da ex-prefeita Marta Suplicy, busca consolidar sua imagem como o representante da esquerda progressista. Já Ricardo Nunes deve se aproximar ainda mais do governador Tarcísio Freitas (Republicanos) e atrair os eleitores de direita, especialmente os de Marçal.
Em três semanas, os eleitores de São Paulo voltarão às urnas para decidir quem será o novo prefeito da maior cidade do Brasil.
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